6.43 Se a boa ou má volição altera o mundo, só pode alterar os limites do mundo, não os fatos; não o que pode ser expresso pela linguagem. Em suma, o mundo deve então, com isso, tomar-se a rigor um outro mundo. Deve, por assim dizer, minguar ou crescer como um todo. O mundo do feliz é um mundo diferente do mundo do infeliz.Ainda me parece curioso que um livro dedicado à lógica ofereça ocasião para falar de temas aparentemente tão distantes, como a vontade ou como essa coisa genérica que ele chama “nossos problemas”. O certo é que nossos problemas — na perspectiva daquele que foi uma das maiores influências do positivismo lógico — não teriam sido nem sequer tocados se todas as nossas questões científicas possíveis tivessem obtido respostas. Acho que ainda há intuições incrivelmente luminosas nesse já antigo livro.
6.52 Sentimos que, mesmo que todas as questões científicas possíveis tenham obtido resposta, nossos problemas de vida não terão sido sequer tocados. É certo que não restará, nesse caso, mais nenhuma questão; e a resposta é precisamente essa.
06 dezembro, 2016
Dois aforismos
Postado por
Leonardo Bernardes
Qualquer coisa pode contar algo de nós. (Não apenas nosso histórico de navegação, cookies e otras cositas más como bem sabem Google e Facebook.) O que podemos saber da cabeça de alguém que escreveu um dos livros mais difíceis da filosofia contemporânea praticamente nas trincheiras de uma guerra? Do Tractatus Logico-Philosophicus eu não compreendo inteiramente dois dos meus aforismos preferidos do livro, que são:
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